Questões que me atormentam...

Tuesday, January 23, 2007

Redação - Título: Minhas férias

Contexto

Férias de final de ano 2006-2007. Eu e Mi entre a Paraíba e a Bahia. Aquela redação que a professora pede pra a gente fazer no primeiro dia da volta às aulas.

Texto

A perspectiva era maravilhosa. Antônio estava maiorzinho e a gente poderia, quem sabe, deixá-lo com a avó e ter uma semana só nossa.

Essa história da semana só nossa expandiu nossas possibilidades. Quase que infinitamente. Mesmo Mi condenada a tirar férias entre vinte de dezembro e vinte de janeiro, até que a morte a separe do LSD, a gente já tinha considerado inclusive a possibilidade de viajar pra fora! Ó praí?! A semana viraria dez dias e dava pra a gente curtir bastante. Mesmo com o frio no hemisfério norte, a gente estava disposto a encarar. Fiz contato com Amigos em Londres, Mi já tinha contatos eternos em outros lugares e o roteiro estava se construindo. Tínhamos tempo, dinheiro e tesão. Coisa rara de se reunir durante a vida.

O primeiro presságio foi bom. Muito bom, aliás! Mi engravidou, realizando um grande desejo nosso, que era encomendar um(a) parceiro(a) pra Toim. Foi ótimo, extremamente ótimo até. Muita emoção novamente, muita alegria e mil planos. Só que a viagem pra fora minchou, né? Gravidez recente, horas e horas de avião, corre pra cá, corre pra lá, ficar bebum na madrugada, badalando pelas ruas ... já não dava pra implementar.

Então, vamos viajar pra dentro, mesmo. Uns vinte dias na Bahia, ora entre os amigos e tudo de incrível do verão de Salvador, ora em Jequié City, com tudo que a gente adora lá. Toim com os avós e a babá, e a gente na vida boa.

Aí tinha o casamento de Carlinha. Mais uma ótima notícia, grande acontecimento, que deixou a gente muito feliz. Super feliz, mas em Campina Grande, até o final do ano. A babá estava de folga esses dias, mas tudo bem, bom pra matar a saudade do pequeno.

Só que depois do dia trinta, a folga começou a parecer deserção. Começou aquele processo atleta olímpico de Cuba. O cara sai para competir, beija a bandeira, dá continência ao comandante e tudo. Quando ver que está longe, que ninguém pode lhe segurar, o cidadão desaparece e diz: volto mais nunca! E nós ficamos com a cara no chão, em uma novela cujo desfecho seria nós dois, Toim e nada de babá.

Seguimos para Bahia. Mi de avião, e eu de carro, por uma questão de merecimento, imagino. BR 101 chovendo e entupida de caminhão. Foi massa a viajem. Num instante a gente chegou. Quatorze horas na direção de um carro 1.0 se passam voando, gente. Incrível!

Um calor em Salvador de fazer inveja a Patos, deixava a gente meio confinados num apartamento um pouquinho mais quente que o lado de fora. Conseguimos ter alguns minutos com amigos que vemos de ano em ano. Tive até tardes muito gostosas com amigos que são grande parte da saudade que tenho de lá. Aí chegou a hora de ir para Jequié.

A viagem de carro foi surpreendente, porque Antônio se comportou como um lorde, cantando um repertório que vai de “Ronda”, “Negue”, até cai-cai balão, por horas. Quando chegamos na “capital do sudoeste baiano”, descobrimos que Salvador até que não estava tão quente assim. Sob temperatura porta do inferno, era um misto de escapadas para fazendas e corridas atrás de Antônio, que nos cansavam tanto quanto divertia.

Com o passar dos dias, a gente ia pegando o ritmo e cuidar de Antônio já era muito mais prazer que cansaço, porque ele estava naquela fase que deixa de ser bebê e passa a ser criança, falando tudo, entendendo as coisas e saindo com umas frases que fazia a gente se perguntar “de onde esse menino tirou isso?!”. Mas há uma verdade irritantemente verdadeira que diz que nada está ruim o bastante que não possa ser piorado. Um telefonema caiu de pára-quedas informando a morte também trágica de um primo de Mi.

O mundo desabou de novo sobre nossas cabeças e entre viajar às pressas para Salvador, pegar parentes em aeroporto, velório e dormir em uma casa diferente a cada dia, a sexta-feira da última semana de férias finalmente chegou.

A gente estava tão relax que chegou a ligar para a companhia tentando antecipar o vôo de volta. Que tal? Como não poderia ser diferente, não deu certo, e a gente voltou no domingo mesmo, pra uma casa sem empregada, sem nada pra comer e sem babá. Somente.

Segundo Polyanna, a gente teve um reveillon inesquecível às margens do Atlântico, voltou inteirinhos para casa, conseguiu ver praticamente todo mundo que a gente gosta na Bahia e na Paraíba, esteve nas fazendas, montou a cavalo, curtiu Antônio como não fazia a mais de ano, tem grana pra comer na rua e contratar diarista enquanto as coisas se acomodam e etc.

Segundo eu e Mi, na moral, essas férias foram phoda!


1 Comments:

  • Como diz meu Pai: "Pai é para se lascar mesmo".
    Pena que estávamos em fortaleza (não tinha mais vôo e tivemos de ir de ônibus, mas isso é outra história) e não pudemos ir para o reveillon aí em JP. Fomos para o de Fortaleza mesmo, na praia, com show ao vivo de sei-lá-quem (era uma visão do Inferno), mas foi divertido.
    Léo dormiu na areia, dentro da bóia..pense num cara macho!

    By Blogger José Antonio Leal de Farias, at 6:15 AM  

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